Onde andas, preciso de voz
A minha não entoa, fica muda só tem olhar
Gostava de gritar, e que o som, se espalhasse
Feito um novo vírus do despertar.
Não dá para ser, sem estar acordado
De que vale sonhar, sem trabalhar
A vida continua, passa e eu me acanho
A fatura vai chegar e meu nome vai lá estar.
O meu o teu, nem é necessário me apresentar
Para que ficar triste, esta é a vida que devo amar
É com ela que me vou reencontrar
Tenho medo sim, mas vou enfrentar.
Só falho se não tentar
Tentar significa, perder e ganhar
Com a coragem vais ter de falar
Escuta de novo, e volta a caminhar.
Tento de novo e nada tenho a ganhar
Ou será que tenho e não vou buscar
A beleza ao meu redor, ofusca-me a visão
Foca-te no que gostas, sem rancor guardar.
Vives cá, não desistas de te amar.
Acompanhados, também estamos sós
Sente o que pensas, não no que vais ganhar
Acredita em ti, só somos solitários de nós.
Amor tão bonito, criado das rugas do tempo
Movido pelo ruído do teu grito
Salta de casa em casa e não encontra sítio
Pobre amor, o do teu espírito.
Não sonhes com o que tenho
Não sabes se sou feliz
Luta pelo que almejas
Também descobrirás o chafariz.
Fernando Teixeira
Bonita ode à esperança.
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