sábado, 6 de junho de 2020

Perdendo vou-me encontrando...



Seguro da minha insegurança, caminho na confiança da minha fé, a renascida esperança sentida no nascimento de um bebé.
A conquista desse bem-estar, ficou gravado um belo dia, como uma recordação obtida da minha natureza.
Sem qualquer esforço sigo em frente, seguindo por um trilho já recalcado por alguém, por outro movimento, por outra gente.
Vou aparando a vegetação que tenta escurecer e evitar meu caminho. 
Vou rasgando silvas que me despertam nos arranhões, sentires visíveis em minhas lágrimas. 
Vou calcando a vegetação que teima tocar em mim, acordar a desistência da minha própria força.
Avistando uma nova paisagem, respiro de gratidão com a consciência dessa distância percorrida, uma curta distância entre a alma e coração.
Deparo-me  com um muro a tentar impedir minha alegria, como algodão doce que desapareceu como magia...
Um velho portão seguro pelo tempo, tenta salvar o meu dia, a ferrugem mostra sua experiência pintada de castanho escuro chorando pelas partículas da esquecida juventude.
De repente, a esperança sorri e seguimos viagem, acordando dessa miragem de viver afogado em angústias...
Faço por deixar algumas marcas na terra, como embalagens recicladas, lembrando que o lixo quando transformado, tem uma nova visão, uma nova oportunidade, sem a designada função para a qual foi lapidado.
Vou deixando pegadas, como sementes para pássaros, escrevendo o que sai da alma, sem qualquer compromisso ou ilusão.
Convicto que alguém as siga, vou desbravan
do o caminho dos afetos, dos abraços, dos dias cinzentos transmutando em leves cores alegres, como o azul e o branco.
Vou ganhando resistência cultivando uma nova filosofia, a vida assim nos ensina, a vida somos nós estando em baixo ou por cima.
Afinal as desilusões são preciosas...
Só assim surgiu uma nova vida, outra identidade, uma nova alternativa.
Assim brincam os sentimentos, com ou sem abrigo.
A maturidade devolve a luz que sempre viveu contigo.
Não deixes de ser sonho...
Continua como teu amigo/a, partilha tudo que é certo, tua alma é a tua energia.
Tudo que ela partilha contigo é algo profundo e já vivido, questionar é tempo perdido, aceitar é um atalho adormecido.

Abracem e amem mais...
Fernando Teixeira

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