Tentei fazer o teu caminho por inteiro, para sentir como se fosses Tu, mas não consegui. Não consegui calçar os teus sapatos, não senti as dores das tuas bolhas e não senti o cansaço do teu corpo.
Não sei ao certo porquê tentei fazê-lo, talvez na tentativa de conseguir compreender a tua própria essência.
Eu já sabia que não era possível sentir tudo isso, mas no desespero de obter uma resposta, na esperança que alguma oportunidade pudesse surgir com essa saída de emergência, eu só pensei em o fazê-lo.
Nessa altura, quando entregamos o melhor de nós, o nosso amor, a nossa vida fica suspensa, mas mesmo assim, entreguei-me, sem nunca deixar de ser, Eu. Apenas senti um reflexo de Deus a tentar iluminar o próximo, que se encontrava bem junto a mim, e através de mim ele tentou dar-lhe a mão.
Também percebi que para se dar a mão, têm que existir duas forças, a de quem dá e de quem recebe. São essas forças que fazem a diferença entre o dar e o receber, com amor, com o tal, efeito de Deus.
Eu sou igual a mim próprio, na compreensão dos meus sentimentos, na liberdade que me leva até onde o limite me espera.
Pelo caminho, vou descortinando o horizonte por detrás do nevoeiro, enquanto caminho cada vez mais consciente, contrariando a natureza da visão humana, mas certo, de que quanto mais velhos nos tornamos, mais dificuldades temos em avistar.
Abracem e amem mais...
Fernando Teixeira
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